Centros de Excelência do IF Goiano apresentam soluções em bioinsumos e tecnologias de baixo carbono durante evento internacional em Goiás

Participantes conheceram a Fazenda Onça do Grupo GMS, em Luziânia

O Centro de Excelência em Bioinsumos (CEBIO) e o Centro de Excelência em Agricultura Exponencial (CEAGRE), ambos vinculados ao Instituto Federal Goiano (IF Goiano) e financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG), participaram, no dia 8 de julho, do segundo dia de atividades da Large Farm Week 2025, realizado na Fazenda Onça do Grupo GMS, em Luziânia (GO).

Organizado pela Better Cotton, entidade internacional sem fins lucrativos dedicada a promover a sustentabilidade na produção de algodão, o evento ocorreu entre os dias 7 e 11 de julho, sendo promovido pela primeira vez no Brasil com apoio da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa). Neste ano, a edição reuniu representantes de dez países, Austrália, Grécia, Israel, Paquistão, Turquia, Estados Unidos, Uzbequistão, entre outros, com o objetivo de integrar diferentes setores da cadeia produtiva do algodão em torno de práticas regenerativas. A ação incluiu visitas técnicas em fazendas referência na produção de algodão, além de palestras relacionadas ao tema.

Em Luziânia, o CEBIO e o CEAGRE apresentaram as soluções que vêm sendo desenvolvidas em Goiás para reduzir a dependência de insumos químicos na lavoura, por meio do uso de bioinsumos, controle biológico e tecnologias de monitoramento, alinhando produção agrícola a práticas de baixo carbono.

O professor Alan Carlos da Costa, pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IF Goiano e diretor do CEAGRE, ressaltou a importância da presença dos Centros de Excelência do Estado para desenvolvimento científico e de pesquisa públicas. “Entre todos os participantes, éramos os únicos representantes de instituições de ensino e pesquisa, levando soluções reais para os desafios do agro”, pontuou. O professor também buscou apontar a importância do IF Goiano como apoio direto aos produtores rurais de pequeno, médio e grande porte através da ciência e educação. Segundo ele, essa iniciativa promove o crescimento de diferentes setores produtivos, como o do algodão.

Large Farm Week 2025 acontece pela primeira vez no Brasil e visita Brasília, Goiás e Mato Grosso


Durante a programação, o diretor científico do CEAGRE, professor Leandro Rodrigues da Silva Souza, apresentou o portfólio de pesquisas do Centro, com destaque para o projeto “Goiás Verde: Inovações em Carbono na Agricultura”, desenvolvido pelo CEAGRE em parceria com o IF Goiano e apoio financeiro da Secti, FAPEG e Funape, com investimento de R$ 3,6 milhões. A iniciativa busca mensurar emissões e sequestro de carbono no agro, integrando ferramentas digitais e sensores de campo, alinhando Goiás às demandas globais de rastreabilidade e sustentabilidade no setor produtivo.

Já o professor Alexandre Igor de Azevedo Pereira, diretor-geral do CEBIO, apresentou as ações do Centro no fortalecimento de práticas sustentáveis no agro, com foco também na cotonicultura. Na ocasião, Alexandre destacou o papel das 13 unidades vinculadas ao CEBIO e suas biofábricas, responsáveis pela produção de fungos, bactérias e parasitas utilizados no combate biológico de doenças e pragas nas lavouras, como alternativa ao uso excessivo de defensivos químicos. Para a cultura do algodão, o professor explicou as pesquisas em andamento com o fungo entomopatogênico Cordyceps javanica no controle da mosca-branca e os estudos com a vespa Catolaccus grandis para o controle biológico do bicudo-do-algodoeiro, estratégias que contribuem para reduzir custos, fortalecer a biodiversidade e promover uma agricultura de baixo carbono. “O manejo sustentável, por meio do apoio do CEBIO e do IF Goiano, auxilia na redução do uso de produtos químicos e no fortalecimento da biodiversidade nos sistemas agrícolas”, ressaltou o diretor-geral durante o evento.

Na cotonicultura, os bioinsumos surgem como ferramenta essencial para reduzir custos e impactos ambientais, já que o controle químico representa cerca de 32% do custo de produção do algodão e ainda é a prática predominante no país. O controle biológico e o uso de bioinsumos oferecem uma alternativa sustentável, promovendo equilíbrio ambiental e redução na incidência de pragas resistentes. O Brasil tem avançado de forma significativa nesse setor, com um mercado de biocontrole que cresce cerca de 20% ao ano, impulsionado por políticas públicas como o Programa Nacional de Incentivo à Produção e Uso de Bioinsumos, lançado pelo Mapa em 2021, além dos mais de 430 produtos biológicos disponíveis para uso agrícola no país.

Em Goiás, a cotonicultura segue como destaque entre os agricultores, com previsão de produção de 138,2 mil toneladas na safra 2024/2025, o que deve colocar o estado na sétima posição no ranking nacional. O setor se fortalece pelo manejo eficiente, pela qualidade da fibra e pelas boas práticas agrícolas, além do compromisso com a sustentabilidade, com certificações do Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), reconhecidas internacionalmente pela Better Cotton Initiative (BCI).

A cotonicultura segue como destaque em Goiás, com previsão de produção de 138,2 mil toneladas na safra 2024/2025

Texto com apoio de: Ícaro Lunas – CEAGRE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *